sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ELOGIO A TERRA QUE ME ACOLHEU

Estava lendo sobre Santa Gertrudes, e de como nasce um povo, uma história, uma cultura e uma memória.
Como que alguém passando, buscando os ouros do Mato Grosso, poderia imaginar que nestas terras, dos Sertões do Morro Azul, algum dia poderia nascer, crescer e viver um povo com os daqui.
Quem sabe desde o princípio, já se poderia imaginar que não seria uma Laranja tão Azeda assim, onde um povo de olhar acolhedor e de um sorriso doce pudesse morar e amar?
Vem com o tempo e com a história a linha férrea esta corta os verdes campos de então “gramado”, iniciando assim um lindo e promissor progresso.
De uma gleba de terras, um povo, de um povo uma história, de uma história uma cultura, de uma cultura a própria memória.
Quando se fala da memória se torna necessário se lembrar dos homens e das mulheres, escravos, que hoje deles na nada mais resta a não ser o suor que foi derramado neste chão.
Um povo se junta, nascem os desejos de independência, de vida própria, mas como? Vamos pedir que Deus venha e nos ajude, vamos erguer uma capelinha, e ao Cristo Jesus, vamos orar, foi assim que os imigrantes fizeram, é assim que ainda hoje fazemos.
A esta capela deram o nome de Nossa Senhora das Dores, talvez por causa das dores e das aflições que eles passavam. Com o tempo nova capela foi feita, e, a Senhora das Dores deu lugar, segundo reza a história dos evangelhos apócrifos, a seu pai o São Joaquim, que hoje nos acolhe, abriga e protege.
Não dá para ficar no escuro, precisamos de luz, e em 13 de abril de 1908, começa a despontar na constelação deste grande Estado de São Paulo, mais uma estrela, que se tornaria forte e reconhecida pelos serviços cerâmicos.
Se for para contar toda a história talvez, precisaríamos de mais 55 anos. Eu quis lembrar hoje esta pequena história, para mostrar a importância de conhecermos o lugar que nos acolhe, pois muitos de nós somos migrantes.
Ouvindo há alguns dias atrás uma música, me lembrava de Santa Gertrudes, pois muitos me perguntam se é bonito o lugar que moro, respondo só uma coisa, todo lugar se torna bonito se nele colocamos nossos sonhos, nossas utopias e nossa vida.
Que Santa Gertrudes cresça, que seus administradores sejam fiéis colaboradores do povo, principalmente dos mais pobres e fracos. Quando todos tiverem condições de crescer e ter uma vida digna de ser humano, então aqueles que iniciaram esta cidade poderão descansar em paz.

Um abraço e até a próxima
LA TANISH

Um comentário:

  1. Sei que o tempo evolui, e junto com ele nós evoluímos, o lugar onde moramos também. E Santa Gertrudes também evoluiu. Não tem mais as ceerâmicas de telhas, pela qual a cidade foi conhecida no passado: "A Capital da Telha". E hoje nada, ou quase nada, lembra a cidadezinha do interior que outrora foi. Poderia ser uma cidade bem melhor do que é, não fosse por motivos obscuros que vem de tempos remotos. Quem nasceu aquí certamente sabe do que estou falando. Lembrando da cidade dos meus tempos de infância e juventude, me veio à memória a canção do Roberto/Erasmo Carlos: "Jovens tardes de domingo". Quanta saudade daqueles tempos, do Cine Recreio, das paqueras na praça, do Serviço de Alto Falantes do seu Roque Arthur. Na vida tudo passa.....

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